Por uma identidade assembleiana!



O post a seguir foi publicado pelo Pr. Altair Germano (Presidente do Conselho de Doutrina da UMADENE, Vice-presidente do Conselho de Educação e Cultura do CEC-CGADB, membro da Comissão Regional do Centenário das Assembléias de Deus no Brasil) em 27 de setembro de 2007, em seu blog. Portanto, apenas reproduzimos o texto na íntegra:

Este post foi publicado em 04/07/07. Resolvi republicá-lo, com o propósito de em breve, aprofundar as discussões nele contida. O tema “identidade assembleiana” foi amplamente discutido na última Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, realizada no Anhembi, ganhando também destaque no jornal Mensageiro da Paz (Maio/2007, p. 13 e Junho/2007, p.11).

Viajando por nosso país, participando de convenções regionais e nacionais, conversando com alguns companheiros de ministério e acompanhando os últimos acontecimentos na Assembléia de Deus no Brasil, fico a pensar se existe ainda uma “identidade nacional” em nossa igreja.

No dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, a definição de identidade que nos cabe é a seguinte:

[Do lat. tard. identitate.] S. f. “O aspecto coletivo de um conjunto de características pelas quais algo é definitivamente reconhecível, ou conhecido.”

Sempre existiu nas Assembléias de Deus no Brasil, falo aqui especificamente, das igrejas cujos ministros são filiados a CGADB, características que davam uma idéia de certa “identidade nacional”. Destaco aqui 04 (quatro) características marcantes: Usos e costumes, liturgia, corpo ministerial e doutrina. Em todo o Brasil, aonde você chegasse, essas características eram de imediato percebidas. Observemos o quadro atual:

1. Usos e Costumes – Há regiões onde as irmãs pintam o cabelo, se maquiam, usam brincos, colares, pulseiras, pintam as unhas, usam calça comprida, etc. Já em outras regiões, tais práticas, ou pelo menos algumas delas, são motivos para disciplina e até exclusão.

2. Liturgia – Danças, palmas, assovios e coreografias já estão presentes em vários cultos assembleianos realizados por este Brasil afora. Os hinos da harpa cristã, o hábito de dar glória a Deus e aleluia, a conduta “tradicional” no culto, são mantidos em outros. Não conseguimos ser unânimes nem na ministração da liturgia da “Santa Ceia”.

3. Corpo Ministerial – Os cargos eclesiásticos e ministeriais ficam também a mercê da conveniência local. O conjunto de cargos básicos que envolvem o auxiliar oficial, o diácono, o presbítero, o evangelista e o pastor, nem sempre se apresentam em sua totalidade ou com a mesma funcionalidade. O caso mais divergente atualmente é o da apresentação de diaconisas.

4. Doutrina – Parece que em meio a tudo isso, a única coisa que ainda resiste, onde parece haver certa unidade, é no campo doutrinário conforme pode-se observar em nossas doutrinas básicas credo.
A resolução do Plenário da Convenção Geral da 38ª. Assembléia Geral Ordinária da CGADB, em São Paulo, 18 de abril de 2007, em decorrência da “constatação de constante desvirtuamento e desvios dos princípios doutrinários e dos bons costumes das Assembléias de Deus no Brasil, principalmente no que diz respeito à introdução de doutrinas heréticas, de movimentos ecumênicos, da quebra da liturgia dos cultos, da introdução de músicas profanas, de grupos de dança e teatro e outros, contrariando, assim, a fundamentação doutrinária que sempre norteou a denominação”, foi uma boa iniciativa para tentar resgatar nossa identidade e inibir os abusos ocorridos. Acontece que algumas coisas não ficaram muito claras:

- Qual a idéia de “movimento ecumênico” que trata o texto?
- O que significa essencialmente “quebra de liturgia”? Existe um modelo litúrgico único nas Assembléias de Deus no Brasil? Onde está o "manual", que nunca me apresentaram?
- De qual conceito de “música profana” se trata, se há na Harpa Cristã músicas de origem “profana”? Estamos falando aqui de ritmos? Estamos considerando aqui os elementos culturais brasileiros ou a imposição de um modelo musical europeu? Quais ritmos e estilos musicais brasileiros seriam adequados?
- De que “outros” grupos tratam a resolução, associados aos de dança e teatro?
- Quais são especificamente os “maus costumes” que serão combatidos? O que caracteriza e qualifica um “mau costume”?

Não quero tirar aqui os méritos da Comissão Especial, eles são indiscutíveis. O que estamos querendo, é de alguma forma buscar uma resposta clara e definitiva (se puderem ser dadas)para as seguintes questões:

- O que significa ser um “assembleiano” no Brasil do século XXI?

- É possível uma "identidade nacional" diante de uma notória e crescente"regionalização de identidades" ?

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