Mistérios, heresias e a pureza do Evangelho


A busca pelo “falar em línguas” vem movimentando as igrejas pentecostais há algum tempo, porém nunca como se vê na atualidade.


Desenfreados e raramente doutrinados, os “pinga fogo” sobem montes, perambulam pelas praias, embrenham-se pelas matas e desertos em busca do “mistério” com Deus, do suposto dom de línguas. Para conquistar o “privilégio” de falar em secreto com o divino vale até treinamento lingüístico, tipo: - Repita, ba-la-ba-la-ba-chebias, su-re-cantas-la-ba-laias!


O fervor segue adiante, falar até cair no êxtase, inconsciente, vale extravasa-se até a exaustão. Passar horas a fio em transe é privilégio de poucos, apenas para quem paga o preço (que preço?).


O que acho interessante é o poder de comoção que as “línguas” despertam no auditório no momento da preleção, basta misturar a fala legível o “mistério” lingüístico que os ouvintes neófitos inflamam-se numa agitação incontrolável em outras línguas.  E na Santa Ceia? Ah, basta comer o pão que alguns irmãos disparam num “tirinete” de línguas, por que quem não fala, ou é “cru”, ou pecador ou muito frio. Segundo a orientação apostólica, o falar em outras línguas proporciona edificação pessoal, e não coletiva. Paulo afirmou que quem fala, fala (sem entendimento) com Deus.


Portanto, é mais proveitoso o falar em um dialeto legível para que a boa e agradável Palavra de Deus seja plenamente clara aos ouvidos de quem a ouve.


E quanto aos caçadores de mistérios, é mais salutar crescer e abundar na frutificação do Espírito Santo, vivendo dignamente na simplicidade e pureza do Evangelho, seguindo atentamente o modelo vivido por Cristo. A partir daí devemos sim, buscar com zelo os dons do Espírito, fazendo tudo decentemente e com ordem.

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